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Como nasceu a ideia da estoria de “Um Diário de um Mendigo”?
Trabalhei durante alguns anos da minha vida em projetos sociais que ajudavam asilos, casas de recuperação de crianças com AIDS e com cancêr. Nos últimos anos em que passei mais tempo em São Paulo eu comecei um pequeno trabalho de ajuda aos mendigos. Comecei com um que ficava na minha rua: dei-lhe pão e café e falei do amor de Jesus para ele. No fim das contas, ficou meu amigo. E vê-lo bem, com o passar dos anos (não mora mais nas ruas!), me motivou a trabalhar, mesmo que timidamente, na minha igreja com os mendigos. Atendendo-lhes, ouvindo um puco das suas estórias, falando do amor do Pai e orando por eles.

A estória é baseada em fatos reais? O Gabriel realmente existe?
Sim e não!!  Essa estória retrata um pouco do drama de algumas pessoas que moram nas ruas, que perderam tudo por amar algumas coisas e se esquecerem de outras. Em alguns pontos da estória a minha vida fica pontuada e muitos dos meus amigos se reconhecem nos posts. Gabriel foi um nome escolhido por representar, para mim, um nome forte mas ao mesmo tempo frágil; que é sensível, mas ríspido; grandioso, mas humilde; enfim, um infinito antagonismo, segundo minha visão. Gabriel CARVALHO NASCIMENTO (como o carvalho que cresce forte e se enraiza e nasce sempre que possível, mesmo em lugares inóspitos) é relfexo de uma sociedade exarcebada em si mesma, produto da paixão pelo ego e auto promoção.

Pretende transformar essa estória num livro?
Ainda não. É uma pretenção não muito distante, mas não muito próxima! Algo para o futuro. Vejo que o alcance do blog tem sido grande, talvez maior se estivesse num  formato impresso. Mas não discarto a ideia de um dia transformá-lo em livro.

Os novos personagens que aparecem nessa nova fase, mudam o rumo da estória de Gabriel?
Sim, mas todos contribuem, ainda que minimamente, para a construção de um novo caráter para Gabriel. Além disso, os personagens que são acrescidos cruzam-se em algum momento da estória. Ele foi uma pessoa amarga e frustrada no passado. Hoje, depois de perder tudo, o que pode ajuntar são amigos inigualáveis.

Pretende por um fim para essa estória?
Sim, mas ainda está muuuito distante! Penso em certos desfechos e tenho planejado isso, mas existe tanta coisa para se denunciar, ainda. Isso me fa relfetir em continuar e descartar a ideia de que poder acabar com a estória.

O que essa estoria representa para você?

Gabriel C. Nascimento é o meu filho mais novo! Tenho me empenhado em sua composição e divulgação. Considero-o como a arte final de uma história de vida, contando com pinçadas da minha, sussurros de outros mendigos, boas pitadas de amigos, denúncias que corroem a alma, revoltas angustiantes, alegrias inconstantes, felicidade duradoura... É como ter um instrumento cortante e penetrante nas mãos, afim de marcar uma  geração adepta aos cuidados e prazeres desse século.